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Centro de Coordenação e Controlo do Tráfego Marítimo e Segurança
O Centro de Coordenação e Controlo de Tráfego Marítimo e Segurança, instalado na Torre VTS em Algés, integra as valências de coordenação e controlo de tráfego e de segurança do ambiente portuário. Coordena e controla a navegação dento da área de jurisdição da Administração do Porto de Lisboa, tendo como limite montante a Ponte Vasco da Gama e a jusante toda a área de aproximação ao porto de Lisboa, fornece informação e aconselha os navios que naveguem no estuário do Tejo e na aproximação a este, até um raio de 16,5 milhas náuticas, centrado no VTS - Lisboa.
A componente de controlo de tráfego marítimo (VTS Vessel Traffic Service), destina-se a promover o tráfego seguro e eficiente, contribuir para a melhoria das condições de segurança de navegação, controlar as entradas e saídas de navios na área portuária, planear estadias dos navios comerciais no porto, permitir o sistema de navegação assistida, colaborar na salvaguarda da vida humana no mar, em ações de proteção do meio ambiente portuário e na prevenção de atividades ilícitas.
A comunicação com o sistema VTS é obrigatória e aplicável a todas as embarcações com licença de estação VHF, com exceção das seguintes embarcações:
- Pesca local
- Tráfego local
- Recreio com comprimento fora a fora inferior a 20 metros
A grande evolução tecnológica, ditou passados 20 anos a necessidade de atualização dos equipamentos por forma a garantir a continuação do serviço prestado. Com o “upgrade” de todo o sistema, o Porto de Lisboa dispõe da mais moderna tecnologia para prestar o serviço de apoio à navegação portuária. Prevendo a construção de importantes estruturas portuárias a montante da Ponte Vasco da Gama o sistema ficou preparado para vir a incorporar novos pontos de controlo até Castanheira do Ribatejo e fazer redundância com o Porto de Setúbal.
O novo sistema é composto pelos mais modernos e sofisticados equipamentos e softwares de controlo e rasteio do tráfego marítimo como Radares, VHF, AIS, DF, GMDSS, Marégrafos Estações meteorológicas incorporando importantes meios de suporte à informação, para a prestação do serviço.
Atualmente o Centro de Controlo de Tráfego Marítimo para a prestação do seu serviço dispõe de um conjunto de estações todas ligadas entre si por uma rede própria e autónoma de “links”, guardando toda a informação em servidores de última geração, dedicados, operando 24 horas 365 dias, garantindo assim a segurança dos dados.
Com este investimento a Autoridade portuária adquiri a capacidade de interligar informação automaticamente com outros sistemas como a JUL ou partilhar informação com os seus Pilotos da Barra, Autoridade Marítima ou outras entidades em tempo real.
O edifício
Um sinal na cidade
O edifício designado por Torre VTS de Algés, teve projeto da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne e foi inaugurado em julho 2001. Pela função que desempenha e pela posição geográfica que ocupa, assume uma presença de exceção na relação da cidade com o rio.
Destinada a realizar o controlo de uma vasta área marítima e fluvial, a nova estrutura arquitetónica procura o seu significado simbólico, à semelhança de outras construções que ao longo da história se foram contruindo na frente ribeirinha entre as fortalezas da barra do Tejo e a ponte Vasco da Gama.
A forma arquitetónica
A sugestão imediata é da torre. À banalização da noção de controlo associou-se a imagem da torre: para controlar é necessário dominar, visual e simbolicamente. Da conotação do “poder” às suas derivações militares e estratégicas, a vertical dominante da torre sugere sempre controlo.
Esta primeira valência liga-se ao conceito da terra e da sua ligação ao céu. Este conceito é explicitamente pedido no programa do Centro, e obviamente subjacente ao uso próprio deste equipamento, apesar de hoje a coordenação e controlo se apoiarem cada vez mais nos meios eletrónicos e nas imagens virtuais que esses mesmos meios permitem. Visualmente, no entanto, o campo privilegiado incide no plano de água, local das ações a controlar.
O plano de água (rio e mar) introduz uma segunda valência que se considera também essencial para a torre. A presença da água está neste caso intimamente ligada à dimensão horizontal. A linha do horizonte, a frente marginal, o molhe do porto na sua aproximação panorâmica, constituem referências materiais do próprio conceito de horizontalidade.
Um terceiro aspeto que se sublinha tem a ver com o “valor” introduzido na relação entre terra e água, entre o edifício e a sua função, cunho do novo tempo e dos seus valores mais recentes.
Na realidade o edifício é um pouco de tudo: torre de observação, farol e, de acordo com a sua função, sofisticação da tecnologia “invisível” dos “VHF”, dos “AIS” e da sua progressiva elaboração que o torna, cada vez mais, o meio privilegiado de controlo do homem.
A obra
O edifício, construído na extremidade do novo molhe de Algés, desenvolve-se em torno de um núcleo central que, para além de funções estruturais, inclui o conjunto de comunicações que servem todos os pisos.
Os sistemas de compartimentação adotados procuram garantir a máxima flexibilidade a partir do corredor central que é, simultaneamente, conduta de distribuição das diversas redes e instalações, em teto falso e sob o pavimento flutuante.
O piso térreo alberga, para além da entrada/receção, instalações técnicas. O piso 1 destina-se a instalações de apoio social. No piso 2, de receção e reunião, situa-se o auditório e uma sala de reuniões. O piso 3 destina-se à Segurança e Ambiente, sendo ocupado na totalidade pelas respetivas instalações técnicas. O piso 4, no centro do edifício, é um piso técnico, onde se encontra, entre outros, o equipamento de climatização, de forma a evitar interferências com os sistemas de comunicação (antenas e auxiliares). Os pisos superiores, 5, 6, e 7, destinam-se à Coordenação e Controlo de Tráfego Marítimo. Estes pisos, mais vocacionados para a observação e o controlo de propriamente ditos, são fenestrados praticamente na totalidade. A cobertura é acessível sendo aí colocadas as antenas e o restante equipamento técnico da torre.
O edifício é constituído por um núcleo interno em betão e uma envolvente exterior do mesmo material. A estrutura portante principal concentra-se no “cuore” central e em torno dele, desempenhando as paredes perimetrais um papel complementar. Estas foram revestidas, ao nível do piso térreo, com pedra lioz e, nos pisos intermédios, com chapas de cobre pré-oxidado. Os pisos superiores, envidraçados, encontram-se protegidos por uma estrutura metálica de ensombramento.