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A economia de base marítima e o crescimento azul estão inevitavelmente ligados a instalações e infraestruturas localizadas em terra, que deverão estar preferencialmente localizadas em zonas de interface terra-água, como os portos. Os portos são, portanto, atores chave na economia azul, embora muitas vezes de forma impercetível.
O Plano Estratégico do Ocean Campus, de Pedrouços ao Jamor, pretende posicionar o porto de Lisboa como potenciador do crescimento azul em Portugal, implantando, aqui, um verdadeiro cluster da economia azul através da criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento de sinergias e infraestruturas partilhadas.
Este plano, desenvolvido pelo atelier do Arquiteto Falcão de Campus em estreita ligação com a APL e com os municípios de Lisboa e de Oeiras, e que se encontra em fase de Avaliação Ambiental Estratégica, visa reunir no mesmo espaço de forma inovadora, diferentes stakeholders da economia azul, proporcionando a instalação de uma rede de unidades de investigação, ensino e desenvolvimento tecnológico, e, simultaneamente, proceder à reabilitação e requalificação de uma área de cerca de 64ha, correspondente a toda a zona ribeirinha entre Pedrouços e a Cruz Quebrada.
A intenção é criar um espaço de referência internacional nos domínios das ciências marítimas e marinhas e na economia azul, recuperando também a ligação da terra com o mar e devolvendo este espaço aos cidadãos.
A proposta de plano, cujo núcleo principal se localiza num extenso aterro portuário parcialmente desocupado, correspondente à Doca de Pedrouços e sua envolvente, pretende consolidar uma área urbana que se encontra expectante desde o encerramento da lota da Docapesca, mas onde se encontram já localizadas algumas instituições e empresas cuja esfera de atividade se centra na temática do mar.
Nesta zona pretende-se implantar a maior parte do cluster dedicado ao mar, gerando uma nova centralidade associada à investigação, ensino e desenvolvimento tecnológico, traduzindo-se em instituições públicas associadas ao mar, laboratórios de investigação, startups, alojamento para investigadores e uma marina, incluindo postos de atracação de navios ou equipamentos associados à investigação.
A poente, na zona do terrapleno de Algés, onde se concentram os recursos que garantem a segurança portuária no porto de Lisboa – Torre VTS e onde está instalado o Centro Náutico de Algés, pretende construir-se um polo universitário ligados à investigação dos assuntos do mar – a Blue Business School. Na zona atualmente conhecida como Passeio Marítimo de Algés, e que se estende até ao Rio Jamor, pretendem-se criar espaços públicos que complementem e requalifiquem as áreas edificadas do Dafundo e Cruz Quebrada não apenas como consolidação da intervenção na frente marítima desde a zona de Algés, mas principalmente como oportunidade expandir este campus do Mar. Junto ao Jamor, e como remate do espaço verde proposto, destaca-se um edifício notável destinado a uma unidade hoteleira, reforçando o apoio a toda a área desportiva existente no Parque Urbano do Jamor, e também a Marina do Jamor, atualmente em fase de Avaliação de Impacte Ambiental.